sexta-feira, maio 23, 2008

PARTE II - Pré Produção CD novo !!!



As atividades Ukelélicas Affonsiônicas, continuam!!!!

Queridos amigos, amigas, Picoleiros, Picoléias, dulcíssimas Borbolecats e Affonsetes, passando para dividir com vocês mais momentos e as boas notícias sobre a Pré Produção do CDzim!!

01. Desci com os 14 Cds de arquivos das "novíssimas"!!!
02. Consegui, depois de muuuitos "ufffas, paus e confusões computadorísticas", passar tudinho para o computer do estudião.
03. Arrumei a sala, os pedestais e microfones, fios e cabos, estante de letras, uma mesinha lateral para colocar as anotações e canetas, troquei as cordas do violão de nylon (que usei na Minissérie!) etc., etc., etc. enfim, deixei tudo prontinho pra começar a gravar amanhã !!!Êêêêba !!!Dói o pescoço, dói o braço, as costas, mas depois desse sofrimento as músicas começam a ficar com suas carinhas e então a gente relaxa.
Mas isso ainda demora ... rsrsrs
Por enquanto é hora de alongamentos e muuuito esforço !!! Então vamos lá !
Valeeeeu ! Saúde, paz e Picolés de alegria.
Afff de Ufffa !






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quinta-feira, maio 15, 2008

Pré produção do novo CD

Resuminho das atividades Ukelélicas Affonsiônicas

Queridos amigos, amigas, Picoleiros, Picoléias, dulcíssimas Borbolecats e Affonsetes, tudo bem com vocês?

Continuo trabalhando incansavelmente na Pré Produção do nosso CD novo, ainda sem nome!
Ontem, por exemplo, fiquei de 1 da tarde até 1 da madruga diretim-zimzim e sem ver o tempo passar!

Para quem não sabe, este processo de Pré Produção pode ser, muuuito resumidamente, mais ou menos assim, óóóóó:

01. inventar modas boas na vida
02. olhar e ver estrelas, céu, coisas de ar, mar e semelhantes
03. prestar muuuita atenção na parte maaais importante deste planeta, ou seja: nas PESSOAS! Como aparece numa cena lindíssima do filme “Tão Longe, Tão Perto”, do Win Wenders: “ouvir o coração das pessoas”.
04. como já disse o poeta, Manoel de Barros: "observar também as desimportâncias" da vida como gravetos, areia, ciscos, cago de lagartixa, asas de mosquitos, vôo de andorinhas etc.
05. das modas boas da vida dar um jeito de catar melodias soltas no vento, juntar letras escondidas em nuvens boas, amar muuuito, sentir saudades e dar muuitos sorrisos de picolés de alegria...


06. chamar tudo isso de "canções de amor profuuundo". Dedicá-las aos amigos do peito!
07. gravá-las num cassetezinho, daqueles antigos, em sistema monoaural mesmo, tipo os de jornalistas
08. esquecê-las por um tempo dentro de uma gaveta, debaixo de um tapete, atrás da poltrona ou num canto da casa onde ninguém vai
09. reencontrá-las alguns dias depois e reparar se estão querendo dizer coisas boas de serem ouvidas
10. em caso afirmativo, mostrá-las para algumas pessoas próximas
11. tocar, tocar e tocar mais um tiquim cada uma delas
12. escrever uma lista num cadernão tipo colegial e gravar tudo num gravador de computador qualquer, tipo "demonstration tape" mesmo, só com voz e violão, tudo direto e sem retoques ou firulas
13. aí sim, do que tiver ficado interessante, fazer um negócio organizado chamado: repertório
14. para cada “sortuda” selecionada em seguida, escolher os acordes maaais legais (tentar alguns novos e usar antigos também!), o andamento mais gostoso, o jeito mais natural de cantar as palavras etc. Só conseguimos fazer isso direito experimentando bastante, rezando e tendo muita sorte!
15. colocar (e editar, passo a passo !), ainda no computador qualquer também, acompanhamentos de bateria eletrônica (cuidadosamente programada em cada batidinha, para não roubar o “balanço” natural da canção!), um baixo eletrônico com "molho" e até mesmo um pianinho eletrônico mal tocado também.
16. então, nesse ponto, já temos uma espécie de “molde” da canção. Podemos ouvir, olhar e sentir as mudanças necessárias. Sempre algumas mudanças são necessárias!
17. mudar um taaanto de coisa e nem pensar em mexer em outras que Deus do céu mandou de presente !!!
18. transferir estes arquivos para o computadorzão do estúdio, canção por canção, pista por pista de gravação (cada canção mais ou menos com 24 pistas!), instrumento por instrumento etc.
19. acordar bem cedo, tomar café mais ou menos correndo, cheeeio de ansiedade do Bem, correr para o estúdio e começar a gravar tuuudo de verdade, tratando de tocar direitinho, no tempo certo, o mais afinado possível, tentando interpretar - sem ficar “over”! - cada palavra cantada etc., e, em 99,9% das situações, repetir um violão base ou uma voz centenas de vezes até tudo ficar o mais "no ponto" possível
20. gravar mais violões de nylon, aço, guitarras base, guitarras solo, ukeleles e colocar a VOZ, claro!
21. chamar os outros músicos para tocar bateria, percussão, baixo, teclado etc. (um bom "palpitista" também ajuda !) e começar as gravações de verdade verdadeira com essa galera.
22. depois de mais ou menos umas 4 semanas nessa “bagunça organizada”, quando as todas as gravações terminarem, tratar de dar mais uma peneiradinha light no repertório. Algumas coisas dão mais certo que outras e a gente nunca sabe a razão! rsrs
23. iniciar a famosa mixagem, ou seja, a organização detalhada e cuidadosa de cada instrumento gravado em seu volume correto, timbre adequado etc. dentro de cada canção. Na maioria das vezes, com bastaaaaante sorte, conseguimos mixar uma canção por dia!
24. depois de uns 15 dias (úteis!), fazer um cd master e enviá-lo para a mais famosa ainda masterização, que pode ser interpretada mais ou menos como uma equalização geral final nas canções. Alguma coisa como acertar os graves, médios, agudos de cada canção, elaborar os fade outs, comprimir aqui e ali, enfim, chegar ao som que será o som final do CD
25. pensar, pensar e pensar mais ainda até encontrar a ordem "certa" das canções do Cd, qual vem primeiro abrindo o Cd, qual em segundo, qual fica bem no meio, qual liga com qual, qual fecha o Cd etc. “Palpitistas” às vezes podem ajudar.
26. nesse ponto alguém já tem que estar fazendo fotos, tendo idéias mirabolantes e/ou inventando desenhos para a capa
27. as letras aparecerão no encarte?
28. e a ficha técnica ? terá lista de agradecimentos ?
29. seria legal escrever e imprimir as cifras (acordes) de cada canção para que as pessoas possam aprendê-las e tocá-las! Tem sempre alguém que pede isso depois.
30. bom, entãotáentão, né?!
31. Uffffffa !!!
32. e ainda tem aquelas 3 musiquinhas mais novas ainda que apareceram no finalzinho da gravação e a gente tem que ver se vão entrar no disco! Será ?
33. E quais serão “limadas” ??? É, porque tem gente que acha que um Cd com 20 músicas de um mesmo cantor pode “alugar” um pouco. Dúvida cruel !!! sniiiifffff ...
34. Minha prima gostava taaanto daquela que saiu ... acho que vai me dar uma bronca ! ...
35. então tá! vamos marcar o SHOW DE LANÇAMENTO !!!

rrsrssrs

Mas voltando ao início do texto, agora é só finalizar o (pré) arranjo de mais 4 canções (das 14 novinhas em folha!) copiar as centenas de arquivos (e mais arquivos!) p/ o computadorzão do estúdio e gravar de verdade verdadeira.
Acredito que começaremos isso - a gravação de verdade verdadeira - na próxima semana.
Tô doidim-zimzim pra ouvir o CD prontim logo ! rsrsrs
Mas as "forminhas" iniciais das canções estão demaaais!
Depois é só treinar, treinar, treinar e, finalmente, começar o processo de "dores nas costa e no pescoço", isto é, fazer aquela foooorça pra tocar e cantar direitinho no estúdio, no tempo certo, tuuudo o maaais afinadinho possível, com boa dicção, interpretação etc. (rsrs)
Por isso as dores! rsrsrs
O tempo "livre" que sobra é p/ pagar as contas "imparáveis" e às vezes "impagáveis" (rs) e tb ensaiar p/ os shows do sul.
Faremos as apresentações somente c/ 2 violões e temos q adaptar as canções p/ este formato!
Não é mole tentar fazer baixo, bateria, percussão, teclados, orquestras, enfim, o disco todo, só com 2 violões!
Bom, mas a graaaande vantagem é que a apresentação fica muuuito mais light e intimista.
Uma verdadeira delícia cremosa !!!
As pessoas podem prestar mais atenção nas canções e letras, sem o colorido exterior de vários instrumentos.
Se eu pudesse faria 99% dos meus shows neste formato!
Simplesmente amo esse negócio de tocar de pertinho, sem muita barulheira! As letras então, ganham muuuito com isso!
O CD já tem 14 "novinhas em folha", mas ainda pode receber mudanças, claaaaro!
Me lembro que, no BELÊ, algumas canções, tipo a própria "Belê" ou "Estrelas de Estrelas" apareceram no finalzim-zimzim.

Bom, queridos amigos, amigas, Picoleiros, Picoléias, dulcíssimas Borbolecats e Affonsetes, acho que é mais ou menos isso.
Este textão-zãozão é só pra, como já ouvi de um "sábio" (rs), mantê-los "informatizados" com tudo o que está acontecendo "a nível" de pré produção, "enquanto" pré produção. (rsrs)
O Cd demora um tiquim-ticão, mas a gente não pára !!
Tãotáintão!
Muuuita saúde, paz e infinitos picolés de alegria para todos.
Ukelele Afff de Ufffa!
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quinta-feira, maio 08, 2008

Belê: faixas inéditas bonus tracks da edição japonesa

Duas músicas inéditas da edição japonesa do Belê que agora podem ouvir e aproveitar.

Flor de laranjeiras



Singing in the rain



アフォンシーニョ (Affonsinho em japones)

Para seguir Flor de laranjeiras com a letra é só clicar aquí abaixo...

Flor de laranjeiras
letra e música : Affonsinho

Enquanto eu to aqui esperando o seu e-mail
pensando se você hoje lembrou de mim
a água do café secou lá na panela
e o sol me me deu bom dia da janela

Acho que eu tava ontem meio exagerado
mandei aquela carta todo apaixonado
o vinho que eu tomei caiu do lado errado
e ficou derramando no meu coração

Feito um bem
da chuva de leite
de singing in the rain

Eu sei que eu sou mal feito pra dançar um pas de deaux
mas não achei a forma assim de te esquecer
então só tinha um jeito que era escrever
sobre esse meu defeito de gostar de você

Nesse trem
que vai pra onde
all my love’s in vain

E o rio amanheceu
longe, longe como eu
da flor de laranjeiras
pra outras segundas-feiras

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Projeto Santander Cultural em Porto Alegre apresenta: Affonsinho!!!



Na programação de maio do Santander Cultural, se apresentarão quatro artistas inéditos em Porto Alegre: as novidades da boa música brasileira, como o mineiro AFFONSINHO e a pernambucana ALESSANDRA LEÃO e dois expoentes da música européia atual, que são a cantora holandesa JOSEE KONING e o guitarrista flamenco TOTI SOLER.
O mês abre com a presença da cantora holandesa JOSEE KONING, que se destaca principalmente por suas interpretações de música brasileira: ela já gravou com Ivan Lins e João Bosco, entre outros, mas também conta com um elogiado repertórico de músicas produzidass por compositores holandeses.
O catalão TOTI SOLER é a segunda atração do mês e vem mostrar porque é um dos principais nomes do novo flamenco na Espanha
Na segunda metade do mês, o mineiro AFFONSINHO traz sua boa música, que já é sucesso no Japão, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e pela primeira vez em Porto Alegre.
A pernambucana ALESSANDRA LEÃO encerra a programação de maio, com sua mistura de coco e samba de roda, com um pé na tradição e outro na modernidade.

Fonte: http://www.santandercultural.com.br/programacao/musica.asp Leia mais!

sexta-feira, maio 02, 2008

Crôniquinha do Aff

OS ABACATES DO MONTE EVEREST DE BELO HORIZONTE
(por Affonsinho)

Acho que era época de férias em Belo Horizonte. Mas férias de criança, daquelas bem coloridas! Do tempo das ruas de pedra e das poucas construtoras; das muitas bicicletas e dos papagaios ao vento; das bolas de meia, de gude e da meninada nas ruas, de cara lambuzada de alegria.

O leite ainda saía da vaquinha, espécie de caminhão carregado do produto, que atraía as donas de casa e suas variadas cumbuquinhas. O padeiro, Seu Marcelino, chegava aos berros:
- Áaarrrrêêê...
E trazia pão, chicletes ping-pong, maria-mole e outras delícias.
Os vendedores dos saborosos beijus desciam a rua no ritmo de suas catracas, batucando seus jingles e divulgando suas mercadorias. Havia ainda os grudentos pirulitos puxa-puxa e uma voz um tanto vibrante que passava na esquina quase cantando:
- Larââââânja serra d'agua...
O Chicabom já existia, mas bacana mesmo eram os picolés caseiros com sabores estranhanhíssimos, como creme de ovos, coco queimado, creme holandês (todinho cor de rosa!) e também os de uva que, logo na primeira lambida, se transformavam em blocos de puro gelo, totalmente sem gosto! ...


O agitado bairro de Copacabana, no Rio, ainda belíssimo no inicinho dos anos setenta, não era bem um lugar para crianças. Carros, buzinas, muita gente e até mesmo artistas da ainda jovem Rede Globo, além de jurados do grande quebrador de Lps, Flavio Cavalcanti, passeavam bem debaixo de minha janela do primeiro andar e recebiam meus eufóricos tchauzinhos.
O Rio de Janeiro continuava lindo, mas infelizmente, as ruas de Copacabana, não haviam escrito a história de meus pais. Lá não moravam meus primos, tios, avós e o mais importante: a minha liberdade. Tudo isso estava em Belo Horizonte, ali pelas Ruas Maranhão, Grão Pará e Ottoni. Um dia eu ainda viveria naquele paraíso...
Mas ainda não seria no ano de 1968 quando, de férias, com meu pai, hospedados os dois na casa do saudoso e divertidíssimo Tio Bilé (que se autodenominava “o rei das muié!”), fomos, juntamente com meu primo Paulo, visitar um pequeno lote comprado por papai num lugar ainda muito distante, chamado Guarujá, (hoje o conhecido bairro Floramar). Enquanto meu pai e o Alcino, caseiro, conferiam nossa “grande plantação” de abacates, eu e Paulo corríamos e brincávamos pela selva perigosíssima de nossa imaginação, enfrentando terríveis bandidos e feras de toda espécie.
O lote, que para mim era mais ou menos do tamanho da África, devia ter somente uns quinze metros de frente por trinta de fundo e era uma pirambeira só.
Num determinado momento, quando eu e Paulo, os dois heróis, já havíamos escalado quase todo o Monte Everest do ex-bairro Guarujá, interrompemos nossa viagem para observar papai e o Alcino colhendo, sem parar, os abacates de “nossa plantação”.
De repente, o Paulo, tentando ser simpático, faz um comentário que quase o deixa sem primo! Quando estávamos no topo do topo, meu parceiro de escalada, com sua grande tendência para os cálculos matemáticos, achou que não sobrariam abacates para a “preservação do meio ambiente” e resolveu dar um grito ecológico que, por simples excitação do momento, saiu meio esquisito e um tanto engraçado, com as sílabas trocadas:
- Ôôôôuuu, vai abacar com os acabates!!!
E não sei o que aconteceu comigo na hora. Parece que tive aquilo que se chama, na linguagem popular: frouxo de riso! Só sei que achei uma graça fantástica, daquelas que a gente só acha quando tem em volta toda a felicidade do mundo. E desandei a rir. Fui rindo, rindo e rindo sem parar até que, de repente, minha gargalhada levou embora minhas forças dos braços e das pernas. Comecei a despencar morro abaixo num passo apressado e sem controle. Uma corrida maluca que já ia virando um tombaço quando, num pedacinho de segundo, fui salvo por uma inesquecível anja da guarda, daquelas que só aparecem para as crianças de cinco ou seis anos de idade.
Pois é, a anja era uma árvore, ou melhor, uma verdadeira fada madrinha, ainda pequena, mas forte, segura, cheia de sabedoria e com os pés totalmente cravados na terra - tudo o que eu precisava naquele momento! Foi ela quem ofereceu seu tronco salvador para que eu me agarrasse e não voasse, sem escalas, direto para o chão duro!
Depois, vieram Paulo, papai e Alcino, meio sorrindo, meio pálidos de susto com meu desmoronamento. Mas o perigo já tinha passado. Caímos na gargalhada com tranqüilidade. Que susto! E que saudade...
Hoje fico um pouco triste com o progresso que acaba, sem dó, com matas, lotes, casas com quintais, a paz e o sossego da nossa querida menina Belo Horizonte. Mas graças ao bom Deus e também a algumas anjas que ficam bem escondidinhas dentro das páginas da vida da gente, este estranho progresso não consegue abacar com os acabates de nossas doces e tão agradáveis lembranças.


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