domingo, setembro 10, 2006

Sobre o show de Affonsinho no Rio...


round midnight
por Antônio Carlos Miguel

chegamos do show de Affonsinho, na Modern Sound, e foi ótimo... muito do que o disco "Belê", que comentei meses atrás aqui (com direito a exemplo em áudio de "Vagalumes"), já anunciava...
como pop mineiro, em 2006, melhor que esse "Carrossel", o novo do Skank, que toca agora ao fundo...
e até como MPB, essas três letrinhas às vezes antipáticas, melhor que, por exemplo, "Carioca", o novo de Chico Buarque.
mas percebo que quase ninguém deu atenção, parou para ouvir o disco que a Dubas lançou em junho...
semanas depois de fazer meia página no Segundo Caderno sobre "Belê", resolvi usar de minha "influência" e tentei apresentá-lo à uma rádio do Rio, mas de lá a resposta foi que não tinham gostado, que soara Clube da Esquina demais.
bem, se fosse isso, já seria ótimo, mas Affonsinho está em outra, além (e ali na) da esquina.
outra opinião, que até concordo, era de que o nome artístico não ajuda, mas não me cabe mudar nome de artistas. aliás, nessa praia de nomes, Armandinho (o reggaeiro gaúcho) também joga contra, mas seu "Ao vivo" foi outra boa surpresa no pop brasileiro de 2006 (se bem que seu disco de estúdio, independente, em 2005, "Casinha", era mais interessante).
como o ano ainda está em agosto, vamos aguardar... estou, por sinal, curioso por "Cê", o novo de Caetano Veloso.
PS: o tempo mais frio (os termômetros na praia marcavam entre 18 e 15 graus, isso entre 7h e 8h) ajudou-me e baixei meu tempo para 41'52'', acredito que o recorde este ano nos quase sete quilômetros na rota Ipanema-Leblon-Ipanema... Nas duas últimas semanas, estava em torno dos 44'.
Ao fundo "Songs from the last century", disco do pianista Helio Alves e do baterista Duduka Fonseca, com Eddie Gomes (baixo) e participações de Phil Woods, Oscar Castro-Neves, Maucha Adnet, Paulo Jobim. Entre as canções do século XX, "Blusette", "Sabiá", "Yesterdays", "Beijo partido", "These foolish things"... como dá para perceber, coisa fina.
por falar em clássicos, e voltando à corrida, os standards que Affonsinho tocara ontem, em meio ao repertório de seu "Belê", ficaram na minha cabeça hoje pela manhã. Como o pianista Rafael Vernet (Kati e eu dividimos a mesa com ele e a cantora Paula Santoro) comentou, Affonsinho nada deve a John Pizzarelli, passando com precisão e suavidade por "Singing in the rain", "Night and day", "I've got you under my skin"... Na hora, pensei que era melhor ele ter se concentrado em suas canções, que só foi nos óbvios, mas fez direito e funcionou.
A idéia hoje é entrevistar Dionne Warwick. Será que vai render? Será que ela é boa de papo?
Antes de entrar na Modern Sound, conferi a Argumento que acabou de abrir ao lado. Procurei pelo livro de John Cheever que Ismael Kaneppele me recomendou depois de ler aqui nesse blogquasentediantediáriosentimusical minha dificuldade com os diários do autor de "On the road": "Ele que é escritor, esqueça Jack Kerouac!". O livro que me recomendara não tinha, encontrei um outro - e Cheever, vi na orelha, só escreveu quatro em sua vida - mas acabei deixando para outro dia.
No momento, "Bebê", de Hermeto Pascoal, talvez a grande composição do Bruxo.
PS2: obrigado a Braule por enviar a "fórmula" do MP3, que ainda não tive tempo de usar.
PS3: "Até parece o paraíso" é o tal livro recomendado de John Cheever.
Postado por Antônio Carlos Miguel - no dia 21/8/2006 - 23:54

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