quarta-feira, maio 31, 2006

Matéria que saiu hoje no Jornal - Estado de Minas

- BELÊ -
Outras bossas das esquinas


Depois de quatro anos sem gravar músicas próprias, o mineiro Affonsinho lança um álbum de inéditas

por Eduardo Tristão Girão

Affonsinho faz a fusão de sons da
bossa nova com o Clube da Esquina
(Foto: Carlos Altman)
O cantor, compositor e músico mineiro Affonsinho lança o seu sexto disco, Belê, depois de quatro anos sem gravar músicas próprias. Os dois trabalhos anteriores, Esquina de Minas: O som do barzinho e do Affonsinho (2002) e Esquina de Minas: dois lados da mesma viagem (2003), que reuniam releituras de sucessos do Clube da Esquina, acabaram adiando os planos do artista de lançar um disco autoral. De lá para cá, ele acumulou 30 composições suas e, contando com a ajuda de Ronaldo Bastos, Marcelo Costa e Gauguin na produção, selecionou 12 para Belê, sendo oito de sua autoria. “Já estava louco para fazer um disco autoral, pois sou um compositor. Queria lançar as 30 músicas, mas ficaria repetitivo. Fui para a casa do Ronaldo, no Rio de Janeiro, pelo menos umas cinco vezes para escolher repertório. Esse disco deu muito trabalho. O Ronaldo é supercriterioso na escolha do repertório, por isso esse disco ficou tão bom”, conta. Ainda segundo Affonsinho, a tarefa de burilar as canções do novo disco foi um bom exercício para o seu amadurecimento musical. Para ele, Belê marca uma nova fase em sua carreira. O disco inaugura a primeira parceria de Affonsinho com Ronaldo Bastos em Aquela bossa axé, com letra dedicada a Gal Costa, César Mendes e Caetano Veloso. As duas músicas que fez com o produtor musical e compositor Nelson Motta ficaram de fora e engrossam a lista de 18 canções inéditas não-lançadas que, em breve, devem ser oferecidas a outros artistas. Motta se tornou fã do músico mineiro e já lhe dedicou grandes elogios em vários programas de rádio. Outro admirador que conquistou foi o publicitário Washington Olivetto, que conheceu por intermédio de Ronaldo Bastos. Sandra de Sá faz participação especial em Gamado pelo samba, cujo resultado surpreendeu o artista. “Achei que ela ia entrar com aquele vozeirão, e não foi isso que aconteceu. Ela cantou de um jeito mais bossa nova. Era o mesmo vozeirão, mas entendendo a música”, lembra, acrescentando que a influência da bossa nova continua, tanto que Nuvem boa é uma de suas principais apostas: “Acho que é a minha melhor música. Das bossas, foi a que dei mais sorte na letra”. Belê é seu quarto disco lançado pelo selo Dubas, de Ronaldo Bastos, e também será distribuído no Japão, assim como os três anteriores. “Tentarei ir para lá, nem que seja só com voz e violão. Recebo e-mails de fãs japoneses quase que semanalmente, inclusive de gente que manda a própria foto com o meu disco do lado”, relata. Empolgado com o lançamento do álbum, ele pretende viajar pelo país para divulgá-lo, mas ainda não traçou o roteiro da turnê.

Um comentário:

Anônimo disse...

Pessoal, só não li como recortei e arquivei a matéria.
Ficou muito boa!