quarta-feira, maio 31, 2006

Matéria que saiu hoje no Jornal - Estado de Minas

- BELÊ -
Outras bossas das esquinas


Depois de quatro anos sem gravar músicas próprias, o mineiro Affonsinho lança um álbum de inéditas

por Eduardo Tristão Girão

Affonsinho faz a fusão de sons da
bossa nova com o Clube da Esquina
(Foto: Carlos Altman)
O cantor, compositor e músico mineiro Affonsinho lança o seu sexto disco, Belê, depois de quatro anos sem gravar músicas próprias. Os dois trabalhos anteriores, Esquina de Minas: O som do barzinho e do Affonsinho (2002) e Esquina de Minas: dois lados da mesma viagem (2003), que reuniam releituras de sucessos do Clube da Esquina, acabaram adiando os planos do artista de lançar um disco autoral. De lá para cá, ele acumulou 30 composições suas e, contando com a ajuda de Ronaldo Bastos, Marcelo Costa e Gauguin na produção, selecionou 12 para Belê, sendo oito de sua autoria. “Já estava louco para fazer um disco autoral, pois sou um compositor. Queria lançar as 30 músicas, mas ficaria repetitivo. Fui para a casa do Ronaldo, no Rio de Janeiro, pelo menos umas cinco vezes para escolher repertório. Esse disco deu muito trabalho. O Ronaldo é supercriterioso na escolha do repertório, por isso esse disco ficou tão bom”, conta. Ainda segundo Affonsinho, a tarefa de burilar as canções do novo disco foi um bom exercício para o seu amadurecimento musical. Para ele, Belê marca uma nova fase em sua carreira. O disco inaugura a primeira parceria de Affonsinho com Ronaldo Bastos em Aquela bossa axé, com letra dedicada a Gal Costa, César Mendes e Caetano Veloso. As duas músicas que fez com o produtor musical e compositor Nelson Motta ficaram de fora e engrossam a lista de 18 canções inéditas não-lançadas que, em breve, devem ser oferecidas a outros artistas. Motta se tornou fã do músico mineiro e já lhe dedicou grandes elogios em vários programas de rádio. Outro admirador que conquistou foi o publicitário Washington Olivetto, que conheceu por intermédio de Ronaldo Bastos. Sandra de Sá faz participação especial em Gamado pelo samba, cujo resultado surpreendeu o artista. “Achei que ela ia entrar com aquele vozeirão, e não foi isso que aconteceu. Ela cantou de um jeito mais bossa nova. Era o mesmo vozeirão, mas entendendo a música”, lembra, acrescentando que a influência da bossa nova continua, tanto que Nuvem boa é uma de suas principais apostas: “Acho que é a minha melhor música. Das bossas, foi a que dei mais sorte na letra”. Belê é seu quarto disco lançado pelo selo Dubas, de Ronaldo Bastos, e também será distribuído no Japão, assim como os três anteriores. “Tentarei ir para lá, nem que seja só com voz e violão. Recebo e-mails de fãs japoneses quase que semanalmente, inclusive de gente que manda a própria foto com o meu disco do lado”, relata. Empolgado com o lançamento do álbum, ele pretende viajar pelo país para divulgá-lo, mas ainda não traçou o roteiro da turnê.
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terça-feira, maio 30, 2006




Affonsinho, que atingiu sua consagração internacional, especialmente no Japão - ao voltar-se para os ritmos e a musicalidade da bossa-nova, sendo um artista que interpreta como poucos a alma deste país, junto a nomes como o de Chico Buarque; apresenta-nos em seu novo álbum - BELÊ, o resultado de sua determinação, ao manter vivo em suas composições, o valor e a importância da música brasileira. Mostra ao mundo, letras de um país que ainda mantém seu frescor, o lado doce e menino. Em meio às novas tendências estilísticas que percorrem estes tempos duvidosos, vemos em Affonsinho, o amadurecimento e o discernimento do verdadeiro artista - que é o de se manter fiel às suas raízes, e não deixar-se levar pelo efêmero e passageiro.
Assim como na música, Affonsinho matém viva a importância da amizade, do respeito mútuo.
A seguir, trechos de um carinhoso bilhetinho - demonstrando mais que nunca, que em tempos atuais, as verdadeiras amizades são sempre bem vindas...


"Grande Affonsinho;

Seu talento como compositor e seu virtuosismo como instrumentista te colocam como um ícone da nossa música. Como pessoa você é um cara que encanta a todos que te conhecem. Por essas (e muitas outras coisas) poder fazer algo (por menor que seja) por você e para dar visibilidade e reconhecimento ao seu trabalho é pra mim um grande orgulho e um enorme prazer.


Um forte abraço,

Paulo Cavalcante".
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quarta-feira, maio 24, 2006


A capinha do belê em primeiríssima mão - para todos que curtem o som doce a harmonioso de Affonsinho.

Percebemos neste CD, uma roupagem toda especial, a irreverência começa pela capa, que tem uma foto de Affonsinho, ainda quando criança traquina . A partir daí, as construções vão se revelando e somos convidados a uma viagem inesquecível, pelos trilhos de sua vida.
No encarte nos deparamos com várias fases do artista - vemos passagens de uma criança de calças curtas em seus primeiros acordes, aos poucos vamos sendo levados para os anos 80, com os cabelos rebeldes, podemos até mesmo escutar as músicas do Hanoi Hanoi, ao som da guitarra do ainda então, Affonso Junior.
Na estrada de ferro que liga Copacabana às montanhas de Minas, compartilhamos a vida em família, junto ao filho, e pelas curvas da história, as fotografias nos revelam o que se enternizou em Affonsinho.
Sendo assim, o Cd - belê, é o reflexo do que ficou eternizado - o amor. Este sentimento, amadurecido entre trilhos, aos poucos vai se interiorizando em nós - percebemos que ao longo das faixas, as melodias vão desenhando a nossa história, os nossos próprios caminhos e sonhos, em uma dança entre acordes da vida.
E assim, belê é mais que um convite p'ra re-descobrimos nossos sonhos, é uma mensagem de amor, feita em melodia.
Trabalhado quase que artesanalmente, priorizando a qualidade do som e das letras, este mais novo CD de Affonsinho, nos mostra toda a preocupação do artista em mostrar um repertório que estivesse interligado entre si, nos presenteando com o que a de melhor hoje em dia, no que diz respeito a bossa-nova.
A certeza é que a viagem pelos trilhos da vida, tornou-se mais leve e calma, a partir do lançamento de belê!
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terça-feira, maio 23, 2006

BELÊ - nas lojas!!!



A novidade do dia é que Affonsinho está no Rio de Janeiro, foi buscar o Cdzim - saiu do forno agorinha!!!
Isto mesmo, o BELÊ, já está prontinho e chegando às principais lojas do ramo.
Vamos poder escutar os novos poemas-melodia deste mineiro que carrega na alma o melhor da Bossa-Nova.

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segunda-feira, maio 22, 2006

Participação de Sandra de Sá

GAMADO PELO SAMBA

EU TAVA À TOA NA VIDA
OLHANDO A BANDA PASSAR POR MIM
A FESTA ALI NA AVENIDA
A LUA LÁ, A NOITE SEM FIM

O AMOR DE LONGE
BATUCANDO UMA ALEGRIA
AQUELA QUE NINGUÉM SABE CONTAR
AQUELA QUE SÓ SE CANTA

MAS EU ALI NA FOLIA
SEM FANTASIA, SEM TAMBORIM
UM MAR ASSIM SEM SAÍDA
A CASA CHEIA E EU NO CAMARIM

EU TAVA TRISTE
QUANDO VÍ VOCÊ CHEGAR
PEGAR MINHA MÃO E ME POR PRA SAMBAR
LEVAR MEU CORAÇÃO NO SEU SAMBA

E EU TÔ
GAMADO PELO SAMBA
LIGADO PELO SAMBA
CASADO COM O SAMBA . . . b i s
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Em Belê...de Affonsinho / Ronaldo Bastos


AQUELA BOSSA AXÉ

VEM FAZER ZUM ZUM, MEU BENZINHO
VEM BENZER O DIA COM A BOSSA AXÉ
QUE A VOZ DA GAL NO RADINHO
SOPRA COM A LEVEZA DE UM CAFUNÉ

MIREI VOCÊ NO POSTO SEIS
TIREI DE FOCO E DISPAREI
ACONTECEU QUE DESSA VEZ
EU QUIS ERRAR MAS ACERTEI

JOGUEI O ANZOL, MEU PEIXINHO
SE MORDER A ISCA DO BEM QUERER
POSSO TE LEVAR PRA VER O SOL
NO AVARANDADO DO AMANHECER

ROLAVA UM SOM DE JORGE BEN
NO MESMO INSTANTE EM QUE EU CLIQUEI
SE REVELOU QUE O NOSSO AMOR
CHEGOU PRA SEMPRE, MEU NENEM
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Música de Affonsinho, no CD BELÊ

BORBOLETOU

AMANHECEU SÓ EU E EU
E O CÉU AZUL LÁ NA JANELA
EU FUI DEIXAR MEU PENSAMENTO
E AÍ FIQUEI PENSANDO NELA

ONDE É QUE TUDO SE PERDEU
EU FIZ UMA CANÇÃO TÃO BELA
MEU AMOR NÃO " DESACONTECEU ",NÃO
SÓ NÃO TEM MAIS NOS OLHOS DELA

ELA VOOU, FOI EMBORA ...
BORBOLETOU, E AGORA ? bis

O NOSSO TREM QUE NÃO PARTIU
MEU TELEFONE QUE ELA ESQUECEU
EU FUI MEXER NO MEU DESEJO
E ACHEI O BEIJO QUE ELA NÃO ME DEU

AMANHECEU SÓ EU E EU
E O SOL ALI TAMBÉM PRA MIM
EU VOU REZAR PRA DEUS DO CÉU,OH
NÃO ME DEIXAR MAIS TRISTE ASSIM

ELA VOOU, FOI EMBORA ...
BORBOLETOU, E AGORA ?


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Letra de Affonsinho - Faixa1- CD - Belê


VAGALUMES

VAGALUMES LÁ NO BREU DO CÉU
TANTA ESTRELA NO RIACHO E EU
FEITO UM SAPO SOLITÁRIO ATÉ
QUASE LOUCO ATRÁS DE UM BEIJO SEU
TANTO APARTAMENTO PRA ALUGAR
NOSSO CASAMENTO PRA ACONTECER
UM CHA DE PANELA PRA ESQUENTAR
NOSSO AMOR E NOSSO BEM-QUERER

VÊ SE CABE NO FUNDO DA PANELA
UMA PONTA DO MEL DO SEU CABELO
UM AZUL DE VOAR PELA JANELA
UMA LETRA DE CANÇÃO DE AMOR
SORTE E GIZ DE JOGAR AMARELINHA
PÓ DE CHUVA DE MOLHAR DEVAGARINHO
CARACOL DE CARREGAR A NOSSA CAMA
NA MONTANHA DO NOSSO CAMINHO

VAGALUMES LÁ NO BREU DO CÉU . . .

VÊ SE CASA NO NOSSO CASAMENTO
UMA LATA IGUAL À DO POETA
A RESPOSTA QUE VOA PELO VENTO
DUAS ASAS DE ANDAR DE BICICLETA
ZIGUE ZIGUEZIGUE, BAILADO DE LIBÉLULA
CHOCOLATE, UVA DOCE E CASADINHO
UMA GOTA DO SOL NA NOSSA VELA
E UMA BRISA DA FLOR DO SEU CHEIRINHO

VAGALUMES LÁ NO BREU DO CÉU . . .
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Affonsinho in Belê

ESTRELAS DE ESTRELAS

NUM DIA ASSIM
SEM PASSARINHOS
SEM DIREÇÃO, SEI LÁ
SEM UM CANTINHO,
UM VIOLÃO, UM SAMBA,
UM CAFEZINHO


OU MARACUJÁS
QUE A NOITE INVENTA E ARRANJA
PRO AMOR SONHAR
COM BEIJOS DE LARANJA
EU JÁ IA DORMIR
QUANDO VOCÊ ME PEGOU NA REDE
E DERRAMOU POESIA EM MINHA SEDE, OH ...


UMA ASTRONAUTA A ME CHAMAR
UMA ASTRONAUTA A ME LEVAR
UMA ASTRONAUTA DE BRINCAR
DE ACORDAR ESTRELAS DE ESTRELAS NO AR

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domingo, maio 21, 2006

Letra da Música/Tema do novo CD de Affonsinho -



BELÊ

LUAR DE BELO, DE BELÔ, DO CÉU
PAPEL, DEPRESSA PRA ESCREVER PORQUE
BELÊ, ZABUMBA BEM MEU CORAÇÃO
BALÃO DO FOGO SÓ DO BEM-QUERER
BAMBOLÊ, FIQUEI FELIZ POR FICAR ASSIM
TÃO A FIM DAQUELA BOLA QUE ELA DEU PRA MIM

PIRLIMPIMPIM QUE ENFEITIÇOU
OU ME CUROU DA DOR, UM NOVO AMOR
VAPOR DO BANHO DE UM BOM DIA
ALEGRIA SÓ

SÃO JORGE, SANTO ANTÔNIO,

SENHOR DO BONFIM,
EROS, IEMANJÁ, CUPIDO,
QUALQUER QUERUBIM
AQUELA MORENA EU QUERO SIM


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sábado, maio 20, 2006

LANÇAMENTO: "BELÊ"

Fios interligados, minuciosamente trabalhados - uma colcha de re-atalhos - assim podemos definir o novo CD de Affonsinho - Belê – (Dubas / Universal), que chega às lojas esta semana. Belê apresenta um repertório basicamente autoral com 9 canções de Affonsinho, sendo 2 delas em parceria com o letrista Ronaldo Bastos.
Foram convidados para as gravações, no Rio de Janeiro, músicos consagrados das bandas de Caetano Veloso, Maria Bethânia, Ed Mota, Marcos Vale. O Cd, conta ainda, com a participação de Sandra de Sá, na canção "Gamado pelo Samba".
Em um trabalho artesanal, buscando novos caminhos para a poesia de suas requintadas composições, Affonsinho recostura bossas românticas, baladas e balanços latinos com toques de rock'n roll, fazendo de Belê um disco moderno, cheio de personalidade e adoráveis influências de Cole Porter, Gershwin, João Gilberto e Chico Buarque, além, é claro, do eterno frescor da bossa-nova de Jobim.
O músico prepara o show de lançamento no formato "Dois Violões e muitos efeitos ...", para valorizar as composições, sempre acompanhado por Chico Pereira. E as novidades não param por ai : veremos, no palco, o mineiro, criado em Copacabana, se encontrar com o adolescente, morador das Esquinas de Minas, apresentando inéditas e deliciosas melodias.

01. Vagalumes (Affonsinho)
02. Nuvem Boa (Affonsinho)
03. Causa e Efeito (Drexler / Minax)
04. Aquela Bossa Axé (Affonsinho / Bastos)
05. Gamado pelo Samba (Affonsinho)
06. Belê (Affonsinho)
07. Para el Dolor (Ana Laan)
08. Por Aí (Nei Lisboa)
09. Senza Fine (Gino Paoli)
10. Beijo em Video Tape (Affonsinho / Bastos)
11. Borboletou (Affonsinho)
12. Estrelas de Estrelas (Affonsinho)
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ZumZum



ZumZum é bom de ouvir, inteligente e popular. Produtor de blues e professor de guitarra, Affonsinho estréia em carreira solo com um disco de arranjos acústicos como na regravação de Rua Ramalhete. Suas composições entre o pop e a bossa-nova são a renovação real significativa da MPB. Chico Amaral é seu parceiro em Frank, Tate e Eu e A Última Vez que Olhei o Rio.
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Esquina de Minas: Dois Lados da Mesma Viagem



Na voz e no violão de Affonsinho ouvimos uma revolução sem muito barulho. Das Esquinas de Minas tem gente que chega pra ficar. O compositor emprestou idéias pro músico e pro intérprete, e nos deu outras catorze regravações de canções do Clube da Esquina, produzidas para este segundo disco, Dois Lados da Mesma Viagem, continuando a surpreender com um sabor de novidade e com a densidade do som de um músico experiente e sensível .
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Esquina de Minas



Affonsinho recria as canções do Clube da Esquina com seu talento de compositor - um dos melhores da nova safra de Minas Gerais. "Não se faz música, principalmente essa do Clube da Esquina, sem muito amor no coração. E foi assim que fizemos o disco, brincando de fazer encontros das esquinas de Minas com as esquinas infinitas do universo fantástico da música. Todas as releituras do CD são uma forma de homenagem. Uma tentativa de retribuir um pouquinho do que essa turma do Clube já deu e continua dando à minha geração."

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sexta-feira, maio 19, 2006

O que eles disseram de Affonsinho...

"Affonsinho é o seguinte: primeiro guitarrista com aquela pegada rock-blues de verdade que conheci. Depois inteligência pra sacar o caldeirão cultural de Caetano e Gil. A partir daí, tudo: a bossa, Noel, as canções da Broadway que ele sabe cantar. Acho que o Affonso gosta mais de letra de música do que eu. Vejo com satisfação a habilidade que ele adquiriu fazendo exatamente isso: letras pop-bossanovistas, com uma honestidade que é toda dele.Outra coisa: escutando seus escândalos sutis sou logo tomado pela qualidade de seu canto, sua voz inocente e sempre segura, totalmente à vontade dentro da canção. Aqueles que como ele amam realmente as canções sempre poderão cantar: it's very clear, our love is here to stay". Por CHICO AMARAL (autor dos principais sucessos do Skank, e o parceiro mais constante de Affonsinho).
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"Cantei com Affonsinho uma das músicas mais singelas do disco (ZumZum). Ela é como uma página recente de diário, escrito num fim de tarde... Sempre achei que suas composições bossa-nova deviam se mostrar cada vez mais ao público, pois nelas Affonsinho sabe muito bem dosar boas letras e ótimas melodias. Tenho certeza que essas canções sempre chamam a atenção das pessoas que querem um pouco de paz no coração". Por Fernanda Takai (Pato Fu)
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"O que dizer de um amigo? Affonsinho está naquele grupo de pessoas que a vida coloca acima de qualquer crítica; já é sócio remido do meu clube. A sua arte é tanta e tamanha, que já é comum pra mim emocionar-me com suas manobras melódicas e seus acordes certeiros, sempre direto ao ponto, afável aos ouvidos e ao coração. O que dizer de Affonsinho, ainda mais agora, quando, generoso, me presenteia com uma interpretação surpreendente de uma das minhas canções mais queridas - Rua Ramalhete - descobrindo formas e personalíssimas, com a leveza e a juventude que são suas características? Nada a dizer, nada a comentar, a não ser, talvez, uma única frase: nos magros dias de hoje, não se pode perder um Affonsinho". Por TAVITO (autor de Rua Ramalhete).


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A sutileza e a sofisticação de Affonsinho

por Samuel Rosa (Skank)


"Sem querer fui me lembrar de quando eu era apenas um rapaz de dezesseis anos. Me vi descendo a Rua Piauí, com guitarra na mão, rumo à casa do Affonsinho, na Maranhão. Aquilo pra mim tinha um significado muito especial. Não era meramente mais uma aula de guitarra. Era a ocasião em que eu poderia estar mais próximo do rock'n'roll. Era como se eu estivesse ali, diante de uma espécie de George Harrison que falava português. O que poderia ser melhor do que ter um "guitar hero" como professor?Affonsinho foi meu primeiro grande modelo na música. Ele encarnava a possibilidade real de fazer rock'n'roll, mesmo sem ter nascido em Liverpool, e isso foi determinante para mim. Mais tarde, mesmo já não sendo mais seu aluno, mas ainda sim me considerando um, comecei a acompanhar sua carreira de perto: shows, ensaios, gravações e, finalmente, seu trabalho solo.Por isso, definitivamente, não é simples me desvencilhar de todo esse peso emocional, e fazer uma apreciação isenta do seu trabalho. Em contrapartida, hoje, talvez um pouco mais maduro consigo dimensionar da música desse cara. Quem poderia, como faz Affonsinho, passear por diferentes estilos com tanta identidade, escrever belas canções e, ainda, aprimorar cada vez mais suas letras e vocais? Poucos no Brasil, creio eu.Hoje já não desço mais a Rua Piauí para chegar na Maranhão, mas ganho várias aulas a cada nova música que Affonsinho faz".
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"ALL WE NEED IS LOVE!"


Bem, como a música entrou na minha vida não sei ao certo, mas acredito que tenha sido realmente há muito tempo... Dizem que minhas duas avós: D. Helena e D. Dolores cantavam bastante, em Caeté e Diamantina, enquanto cuidavam dos filhos e afazeres domésticos. O pai de D. Dolores, Zeca Bento, era figura muito conhecida na doce e boêmia Diamantina do final do século retrasado, exatamente por seus dotes artísticos. Meu pai costuma afirmar que o Zeca Bento foi a primeira "agência de publicidade do país" ! Diabético, sem uma perna, subindo e descendo ladeiras de muleta, muito pobre e pai de nove filhos, conseguiu sustentar a grande família criando "jingles" publicitários para o pequeno comércio local e também cantando em festas, casamentos e acontecimentos sociais. Quanto espírito de luta! Mas foi há muito tempo. Não sei dizer se eu estava por lá... Minhas primeiras lembranças musicais nesta vida são de meu pai chegando em casa, à noitinha, e eu, bem pequenino, seguindo suas longas pernas, feito um rabinho. Ele chegava alegre, como sempre, e preparava um delicioso e inesquecível "mexidão", ao som eternamente romântico de Nat King Cole. Enquanto saboreávamos nosso maravilhoso jantar, ouvíamos "Fascination", "Unforgettable" e outras coisas tão fascinantes e inesquecíveis quanto. Também me lembro de um dos dias de meus quatro aninhos de vida, quando minha mãe chegou em casa com uma sanfoninha vermelha e branca, meio de verdade, meio de brinquedo. Ali pude sentir, pela primeira vez, a delícia de encostar meus dedinhos de criança em suas teclas e produzir, eu mesmo, uma espécie de mágica do céu: o som musical. Mas, num dia qualquer dos meus seis anos de planeta Terra, meu pai me acordou de manhãzinha e prometeu que me levaria para assistir a um filme com um título bem esquisito: "Help !", de um grupo inglês com um nome mais esquisito ainda : The Beatles. Acho que assistimos ao filme umas dez vezes e conheci ali o meu primeiro ídolo, antes mesmo de qualquer Super-Homem ou Batman. Era um simples (e genial!) mortal, como nós : John Winston Lennon. Alguns dias depois, um amigo de meu pai deu a ele, de presente, um violãozinho um pouco menor do que os usados por gente grande. Morávamos no Rio, em Copacabana, e nunca vou me esquecer deste episódio. Meu pai chegou em casa, sorrindo como sempre e disse : - Meu filho, eu estava na rua, voltando pra casa, quando encontrei o John Lennon, ali pertinho da Confeitaria Colombo, na esquina da Rua Barão de Ipanema. Contei a ele que você o adorava, ele ficou muito feliz e mandou este violão de presente pra você. O mundo parou naquele momento! Nenhum tic-tac de relógio poderia me tirar do transe em que me vi com a mais que fantástica notícia! Então meu pai, meu maior herói, era amigo do meu grande ídolo e, ainda por cima, trazia um presente dele para mim?!!! Eu tinha que fazer alguma coisa urgente com aquilo! Aprendi a afinar o violão com o saudoso Tio Bolivar, que tinha vindo de Belo Horizonte para nos fazer uma visita. Alguns meses depois conheci uns três ou quatro "acordes de Roberto Carlos", com um primo que já sabia como "dominar" o instrumento. Fiz minha primeira musiquinha de amor para uma menina linda da minha sala, que não me dava a menor bola... Muito fraquinha a cançãozinha, mas totalmente sincera. O amor existe muito antes da gente... Nos mudamos para Belo Horizonte quando eu tinha dez anos e a liberdade que a Cidade-Vergel oferecia às crianças me obrigou a guardar o violão num cantinho do quarto por uns tempos e ir viver a vida nas ruas. Jogar bola, bente-altas, bolinha de gude, brincar de polícia e ladrão, queimada, esconde-esconde, tomar banho de chuva, pular na enxurrada, andar de bicicleta, carrinho de rolimã, chupar picolés de sabores esquisitos como: creme de ovos, creme holandês, coco queimado etc., e usufruir do paraíso que a nova cidade ofertava a um típico "menino de apartamento" de Copacabana. Nasci em Belo Horizonte, mas nos mudamos para o Rio quando eu tinha apenas seis meses de vida. Acho que com a chegada da adolescência, ali pelos 14 ou 15 anos, os hormônios começaram a mexer com meus sentidos, minha sensibilidade, minhas dúvidas, inseguranças e então o "anjo da guarda", John Lennon, voltou rapidamente para me salvar. Um dia peguei o quase velho violãozinho e mergulhei fundo num mar de sonhos e amores. Nunca mais consegui acordar. . . Já sabia, nessa época, que o violão não era um presente do Lennon de verdade, mas, de uma certa forma, tenho certeza que era sim ! Como disse o Marcinho Borges: "Os sonhos não envelhecem..." Fui procurar um professor, mas não consegui aquele que me ensinasse as músicas que eu gostava. Encontrei um outro que me ajudou em algumas, mas tive que caminhar sozinho na busca de meus acordes preferidos porque, naquela época, em Belo Horizonte, não tínhamos professores de música "jovem". Só mesmo de violão clássico que, para um adolescente querendo ser pelo menos um pouco "rebelde sem causa", não era a melhor saída. Aprendí a tocar guitarra de verdade nos shows da Rita Lee, dos Mutantes e do Terço, no saudoso Teatro Francisco Nunes, assistindo às três noites das temporadas na primeiríssima fila e tentando guardar na memória as "posições esquisitas" dos dedos dos "professores". Fotografava tudinho na cabeça e, quando chegava em casa, colocava o LP e ficava tentando adivinhar . . . Muito tempo suando a camisa, mas tenho certeza que faria tudinho de novo! Algumas vezes era impossível acertar, mas com o tempo passando, aos poucos, fui conseguindo descobrir os truques e já interpretava algumas canções bem direitinho. Apesar de as melodias terem me levado para o caminho da música, as letras foram as maiores responsáveis pela minha fascinação (olha o Nat King Cole aí de novo - "Fascination" !) pela arte musical. Lembro-me de, aos seis anos de idade, ficar "na cola" de meu pai para que ele me explicasse o que cada sílaba de "Help !" estava dizendo. Por sorte ele sempre foi bom em inglês e me explicava tudinho com a maior "pai-ciência". "Help!" é uma grande letra do Lennon. Lembro-me também de, na adolescência, às vezes trocar noites de festas e farras com a "galera", por horas em casa, sentado, sozinho, com um baita dicionário - Inglês/Português - nas mãos tentando descobrir o que diziam as letras das músicas que eu mais gostava. Dava "foras" terríveis quando apareciam gírias porque os tradicionais dicionários desconheciam as sábias metáforas dos poetas. Mas eu não desistia. Até hoje tenho essa enorme curiosidade. Aos 17 anos fui convidado para a primeira banda e pisei num palco, pela primeira vez aos 18. Outra experiência inesquecível! E então tudo foi acontecendo naturalmente. Comecei a tocar com outras pessoas, fiz amigos e parcerias que duram até hoje, como o meu grande irmão musical, Chico Amaral, que, anos depois, se tornaria o letrista do Skank, banda querida do meu ex aluno de guitarra, Samuel Rosa. Fiz vestibular para jornalismo e estudei na UNB, em Brasília, durante um ano. Voltei à Belo Horizonte e fiz algumas matérias na PUC, mas só fui me formar alguns anos depois, na FACHA, no Rio de Janeiro. No meio disso tudo, dei um tempo e fui para Boston, EUA, estudar música na famosa Berklee College of Music. Mas a saudade do Brasil e dos verdadeiros amigos me trouxe de volta antes do prazo previsto. Voltei ao Rio de Janeiro e fui convidado para participar do movimento conhecido como: "Rock dos Anos 80", integrando o grupo Hanoi Hanoi, onde permaneci por quatro anos viajando por todo o Brasil. Outra experiência fantástica. Dura, mas fantástica! Acontece que quando o meu maior sonho foi finalmente realizado: meu filho chegou ao mundo - , senti que não era mais meu desejo ficar viajando pelo país enquanto o pequenino ensaiava suas primeiras "notinhas" de vida. Deixei o grupo talvez em sua melhor fase, mas não me arrependo nem um pouquinho. Também faria tudo de novo. Troquei os palcos lotados e enfumaçados dos Ginásios e Danceterias pela beirada de seu bercinho iluminado e perfumado. Foi, com certeza, a melhor troca do mundo! Cantei baixinho e muito pra ele dormir tranquilo. Troquei suas fraldinhas, dei mamadeira e brinquei de ser mamãe enquanto a mãe dele de verdade não chegava do trabalho. Só por isso já posso dizer que aproveitei muuuito bem a vida!!! Comprei uma guitarrinha de plástico pra ele e, rapidinho, já estávamos, os dois, cantanto juntinho feito uma dupla totalmente "certa-neja". Mesmo sem ter certeza dessas coisas, mas com um grande respeito, um dia fui levado a uma moça que fazia uma espécie de mapa-astral cármico, coisa bem "papo-cabeça" e um fato me marcou naquele acontecimento. Ela me disse que "via" ali, escrito nos astros, a chegada de um irmãozinho ou um filho, um "ser" que já tinha sido muito meu amigo em outras vidas e que agora estava voltando para que pudéssemos dividir novamente nosso carinho e amizade. Minha mãe já não podia ter filhos, então o "ser" só poderia mesmo ser o meu querido, amado e tãããão desejado filho. E o mais engraçado é que só sei fazer 3 coisas na vida : tocar, escrever e desenhar, e o danadinho, em duas delas, já nasceu muito melhor que eu. Acho que só ganho no desenho ... rssss. Mas é lindo demais ver tudo isso acontecendo ! Um de meus primeiros sonhos, desde pequeno era ter um filhinho e uma filhinha. O primeiro já foi realizado e a menininha continuo pedindo à turma lá de cima para que, se eu tiver merecimento, receba mais essa deliciosa e sagrada responsabilidade. Bom, mas voltando à música, depois que deixei o Hanoi Hanoi montei um estúdio de gravações em casa para ficar mais pertinho de minha "cria". Quando senti que ele estava mais crescidinho voltei a fazer shows, mas somente no Rio, com uma banda que montei por lá. Regressei à Belo Horizonte e fiz meu primeiro CD autoral e totalmente independente - "Tudo Certo ?". No ano seguinte gravei o segundo - "Sambando Assim Meu Rock'n Roll", também autoral e independente. Levei os dois trabalhos para várias gravadoras e nenhuma delas se interessou. Então, só de birra, resolvi fazer um terceiro disco : um presente para as pessoas importantes de minha vida como minha mãe, meu pai, minhas tias, tios, amigos, ex namoradas etc., sem a menor "colher de chá" para qualquer gravadora. Gravamos o Zum Zum, eu e mais dois colegas músicos : violão, baixo e percussão. Tudo bem simples e verdadeiro. E foi aí que o Ronaldo Bastos, grande letrista e parceiro de Milton Nascimento, Beto Guedes, Lo Borges, Tom Jobim, entre outros, um dia me ligou e disse : - Affonsinho, sou o maior fã do seu disco ! Estou indo para Friburgo e ouvindo seu CD o tempo inteiro no meu carro. Montei um selo e quero te contratar ! Um amigo em comum tinha levado uma cópiazinha do CD para ele e depois disso grandes coisas aconteceram. "Zum Zum" foi lançado em 2001, pela DUBAS, no Brasil e no Japão, onde é muito bem executado ! O disco vendeu toda a tiragem e está fora de catálogo, mas a Dubas já está tratando de mandar fabricar mais unzinhos. No ano seguinte, quando começaríamos a gravar um segundo CD autoral, o Ronaldo me ligou com a seguinte proposta : - Affonsinho, por que você não faz um CD com as músicas do Clube da Esquina, mas com essa sonoridade doce e suave do "Zum Zum" ? Respondi que sim, mas que escolheria um repertório que combinasse comigo e faria minhas próprias releituras das canções para que o CD não se transformasse numa espécie de - Clube da Esquina "Cover" ! - O Ronaldo topou e fizemos o "Esquina de Minas, vol I" em 3 meses. O disco vendeu direitinho também e ele me pediu um segundo volume. Eu disse : - Vamos lá ! E os dois "Esquinas de Minas" também foram lançados com sucesso no Japão. Recebo até hoje e-mails carinhosos e matérias lindas sobre os Cds. Vocês precisam ver o jeito doce, "zen" e super poético que os jornalistas japoneses usam para escrever críticas musicais. Enquanto isso eu ia compondo as canções que estão no novo CD - "BELÊ" - que acaba de chegar às lojas ! Foi um disco muito trabalhoso porque eu tinha quase umas 30 novas canções e sofremos muito para escolher as 12 "melhores". É duro tirar uma canção do repertório !! Cada pessoa que ouvia gostava mais de uma específica e, às vezes, era a que a gente tinha classificado como "pior". Foi um ano nessa novela ! Escutávamos tudinho inúmeras vezes na casa do Ronaldo e ele dizia : - Vamos deixar somente essas aqui. Aquelas outras você pode caprichar mais um pouquinho ...
Então eu fazia mais umas duas ou três e partia novamente para nossas demoradas audições. Em julho do ano passado, finalmente, chegamos a um acordo e entrei no estúdio pra valer. Gravamos as vozes, violões e guitarras no meu estúdio. Em seguida a Dubas convidou músicos maravilhosos das bandas do Caetano, Bethania, Ed Mota, Marcos Vale etc. e o disco ficou simplesmente liiindo !! Tive que deixar o trabalho um pouco de lado porque fui convidado para participar, como ator e cantor, na minissérie JK, interpretando um seresteiro e grande amigo de JK, o César Prates. Fiquei na Globo durante os meses de janeiro e fevereiro enquanto o Ronaldo e o Leo, da Dubas, organizavam as gravações do disco. Quando a minissérie terminou e fui ouvir o resultado final, fiquei de boca aberta ! O trabalho deles foi mais que 10, incluindo a capa, que a Dubas trata sempre com o maior carinho ! Se entrarem no site -
www.dubas.com.br - vão perceber o cuidado que eles têm com essa parte também. Bom, e agora começamos mais uma etapa do trabalho : lançar e divulgar o nosso - "BELÊ" - conhecendo pessoas doces, sensíveis e bacanas; pensando em modas para inventar nesse 2006, que promete ! Como cantou, lindamente, em "Beautiful Boy", o meu velho ídolo, John Ono Lennon, para seu filhinho Sean : "Life is what happens to you while you're busy making other plans" ( A vida é o que acontece a você enquanto está ocupado fazendo outros planos ...) Do meu cantinho, com o violão, continuo vivendo, sonhando e acreditando que ALL WE NEED IS LOVE !
Muita saúde, paz e picolés de alegria. Affonsinho.


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